"A vida para ser bela, deve estar cercada de verdade, de bondade, de liberdade.
Essas são coisas pelas quais vale a pena morrer" Rubem Alves

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Edição do dia 22/04/2010
23/04/2010 00h43 - Atualizado em 23/04/2010 00h55
Em escola no Paraná professor e aluno não falam a mesma língua
Alunos e professores que falam línguas diferentes. Essa é a situação de uma escola do interior do Paraná.
Andressa Missio
Terra Roxa, PR
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Robson tem oito anos. A colega sopra o nome de onde moram: "Damaracaju".
Em uma escolinha rural de Terra Roxa, no oeste do Paraná, professora e alunos não falam a mesma língua. Das 87 crianças, 40 são índios e a maioria entende pouco o português.
"Não tem como eu conversar, às vezes, com muitos deles. Tem uns que não entendem nada mesmo. Eles falam Guarani. Algumas coisas eu já aprendi até para passar para eles, senão fica muito dificultoso", afirma a professora, Andressa Tessari.
Uma aluna auxilia a professora na tradução, mas ela faltou à aula. Parte das crianças indígenas não tem carteira de identidade, certidão de nascimento e aí começa outro problema.
"Nós não temos como matriculá-los normalmente, então mais tarde, eles vão ter problemas para ir para o ensino fundamental", diz a Secretária Municipal de Educação, Eliane Godói.
A escola não recebe recursos para alunos sem registro. Na turma da primeira série, por exemplo, vieram seis livros de matemática para quase 30 alunos.
Para atender a todas as turmas, a comunidade teve de improvisar, e dividir uma das salas de aula ao meio. Só que o espaço ficou muito pequeno e é neste aperto que os alunos estudam.
Falta lugar até para a professora que tem que sentar na cadeirinha dos alunos.

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