"A vida para ser bela, deve estar cercada de verdade, de bondade, de liberdade.
Essas são coisas pelas quais vale a pena morrer" Rubem Alves

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Segurança

Como evitar o furto da senha de seu cartão

Marcela Ayres, de Exame.comQuarta-feira, 26 de maio de 2010 - 14h41


Getty Images
Como evitar o furto da senha de seu cartão
Clonagem tradicional do cartão de crédito tem perdido espaço para o furto da senha e de dados pessoais em sites de comércio eletrônico e e-mails

sábado, 29 de maio de 2010

Os jovens digitais merecem uma reflexão atenta, pois são eles o futuro da humanidade ou apenas um acidente

Os digitais

Vittorio Medioli

No livro "O Futuro do Trabalho", do sociólogo Domenico de Masi, se lê uma interessante e profunda descrição da nova geração influenciada pela era digital. Os jovens digitais merecem uma reflexão atenta, pois são eles o futuro da humanidade ou apenas um acidente.

Vejamos: "Os digitais são muito atentos à ecologia e tendem a um desenvolvimento sustentável; aceitam com entusiasmo o espírito multirracial, a convivência pacífica das culturas e das religiões; amam a noite, pelo menos tanto quanto o dia, e não fazem muita diferença entre os dias oficialmente feriados ou festivos e os dias úteis. À diferença dos pais, que tinham mais tios do que avós, os digitais têm mais avós do que tios".

"Os digitais já estão habituados a confundir as atividades de estudo, de trabalho e de tempo livre; a frequente familiaridade com o desemprego habituou-os a conjugar períodos de trabalho casuais com fases de estudo mais intenso, com viagens, com atenção à família e ao grupo de amigos. Por isso eles tendem a falar mais línguas, sobretudo o inglês, e a comunicar-se por meio de "novos esperantos", como o rock, a arte pós-moderna, a desenvoltura dos relacionamentos sexuais, a ausência de ideologias fortes. Têm preferências nítidas por determinadas revistas, determinados cantores, determinados artistas com os quais se identificam".

"Os digitais são frequentemente desempregados, mas, cultos e acomodados. Vivem aproveitando o patrimônio familiar, por isso tendem a dar pouca importância ao dinheiro como fim em si mesmo e pouca importância ao consumo como símbolo de status. Cuidam do corpo, mas não o equipam de modo oneroso, preferindo aquilo que é ao que aparenta".

"Os digitais são uma ‘cultura’. Antes uma contracultura ociosa e criativa que uma cultura empregatícia e organizacional, frenética e executiva".




Vittorio Medioli também escreve de terça a sexta e aos domingos no jornal O TEMPO
vittorio.medioli@otempo.com.br
Fax: (0xx31)2101-3903



Publicado em: 28/05/2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010


20/05/2010 14h03 - Atualizado em 20/05/2010 14h03

Cientistas montam célula controlada por genoma fabricado em laboratório

Estudo abriria caminho para produção de bactérias artificiais sob medida.
Grupo é liderado pelo polêmico J. Craig Venter, o ‘pai do genoma’.

Do G1, em São Paulo
Etapas do experimento, publicadas em artigo na Science ExpressEtapas do experimento foram detalhadas em
artigo publicado pela 'Science'
Cientistas do Instituto J. Craig Venter anunciaram nesta quinta-feira (20) o desenvolvimento da primeira célula controlada por um genoma sintético. Agora, esperam usar o método para compreender melhor o mecanismo básico que guia todas as formas de vida e para desenvolver bactérias sob medida que, por exemplo, produzam biocombustível ou ajudem a limpar vazamentos de petróleo. O instituto entrou com pedidos de patente para salvaguardar direitos de propriedade intelectual sobre algumas das técnicas desenvolvidas.
O grupo já havia sintetizado quimicamente um genoma de bactéria, e também já havia transplantado o genoma de uma bactéria para outra. Agora, o cientista Daniel Gibson e seus colegas (todos empregados no instituto criado pelo empresário-biólogo Craig Venter) juntaram os dois métodos para criar o que batizaram de “célula sintética” – ainda que apenas o genoma da célula seja sintético. "Nós chamamos de sintético porque a célula é totalmente derivada de um cromossomo fabricado em um sintetizador químico, com base em informações em um computador”, explicou Venter.
É uma ferramenta muito poderosa para tentar projetar o que desejamos que a biologia faça. Temos uma ampla gama de aplicações em mente"
Craig Venter
O genoma sintético é uma cópia de genoma da bactéria Mycoplasma mycoides. Só que à cópia foram adicionadas sequências de DNA montadas em laboratório que serviram como marcas d’água para distingui-la de um genoma natural. O resultado, transplantado na bactéria Mycoplasma capricolum, deu “reboot” nas células receptoras. Na hora do transplante, 14 genes foram deletados ou rompidos, mas mesmo assim as M. mycoides se comportaram como M. mycoides normais, e só produziram proteínas próprias de M. mycoides.
“Se os métodos que descrevemos no artigo puderem ser generalizados, projeto, síntese, montagem e transplante de cromossomos sintéticos não serão mais uma barreira para o progresso da biologia sintética”, escrevem os pesquisadores. “É uma ferramenta muito poderosa para tentar projetar o que desejamos que a biologia faça. Temos uma ampla gama de aplicações em mente”, avisa Venter.
Uma das propostas de Venter (que ele vem propagandeando não é de hoje) é fazer sua "vida 2.0" produzir etanol (álcool) ou hidrogênio, como forma barata de obtenção desses combustíveis limpos. O cientista-empresário já foi acusado de estar criando a "Micróbiosoft" (em referência à Microsoft de Bill Gates), impedindo o uso livre da chamada biologia sintética e mesmo monopolizando a tecnologia.
Outros cientistas defendem a chamada "biologia sintética open-source" (de fonte aberta), na qual as informações para a construção de novos organismos ficariam disponíveis para uso gratuito de toda a comunidade científica.

domingo, 16 de maio de 2010



Presidente da Natura é anunciado como vice de Marina Silva na chapa do PV

Redação SRZD - Atualizada às 18h21 | Nacional | 16/05/2010 14:29
A senadora Marina Silva confirmou o nome do presidente da Natura, Guilherme Leal, como o candidato a vice-presidente na sua chapa pelo Partido Verde, neste domingo, durante o evento de lançamento de sua pré-candidatura em uma casa de shows de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estado do Rio de Janeiro. Os dois se conhecem desde o início da década de 90.
Leal elogiou a ex-ministra do Meio Ambiente e destacou que vai colocar sua experiência a serviço da candidatura.
No evento, a senadora disse que tem "respeito e carinho" por seus concorrentes, a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, e José Serra, do PSDB. Marina disse que quer fazer uma campanha limpa e sem acusações e embates. A pré-candidata do PV afirmou ainda que não está fazendo o "jogo" de ninguém, mas "o jogo do Brasil".
Em seu discurso, Marina Silva elogiou o Programa Bolsa Família, do governo Lula, e o Plano Real, lançado no governo Itamar Franco por Fernando Henrique Cardoso, que, na época, era ministro da Fazenda. No entanto, a senadora garantiu que não fala isso para ganhar voto, mas porque acredita que ela deve respeitar os adversários. De acordo com ela, sua campanha política será baseada nestes valores.
 O pré-candidato da legenda ao governo do Rio, Fernando Gabeira, participou da pré-candidatura de Marina Silva junto com alguns artistas, como Adriana Calcanhoto e Gilberto Gil.

terça-feira, 11 de maio de 2010

FONTE: Jornal Hoje em Dia
O país não pode ser dividido em esquerda e direita


São muitas as saúvas do Brasil

ARNALDO JABOR
Colunista - a.j.producao@uol.com.br

Neste ano eleitoral, vivemos um Fla X Flu maluco: "Eu sou de esquerda, você é de direita! Eu sou socialista, você é neoliberal".
Acontece que nossa vida social é movida por outras categorias, muito além dessa dualidade. Temos de tudo. Há paranoicos, esquizofrênicos, psicopatas, narcisistas (vejam o Lula em lua de mel consigo mesmo...) e, descendo mais de nível, temos os imbecis em geral e um vasto catálogo de vícios. Vamos começar pelos caretas.
A caretice é uma visão de mundo que passa despercebida, mas é raiz de terríveis males. O careta é antes de tudo um forte. Está sempre atrás de certezas, ou melhor, já chega com elas. Olha o mundo com um olho só e só vê o que já sabia. A diversidade da vida é recusada como um desvio; a dúvida, como fraqueza. O careta tem sempre um sorriso pronto ou uma cara fechada, dependendo se é do tipo "careta legal" ou "careta severo". Sua cara é uma careta - daí o nome -, uma máscara fixa que denota uma ideia só na mente. A caretice não é uma posição política; é um sistema operacional. Ele finge aceitar as diferenças, mas não vê o "outro". O chamado "outro" é um mal inevitável que ele tem de suportar para controlá-lo, para que ele não o inquiete com surpresas. Careta odeia novidades. O careta é linear - tem princípio, meio e fim.
O careta tende mais para o que se chamava de "direita": só ele existe, com suas ideias indiscutíveis. Há muitos caretas de "esquerda" que só querem uma sociedade sob controle, pois só eles sabem o que é bom para nós, os alienados. Existe até o careta drogado, o bicho grilo chamado "muito louco". Como disse um amigo meu: "Pior que careta só o `muito louco´...
Temos também a categoria da burrice que, como dizia Nelson Rodrigues, é uma "força da natureza". Antigamente, os cretinos se escondiam pelos cantos, roídos de vergonha; hoje, eles andam de fronte alta e peito estufado.
Nunca a burrice fez tanto sucesso. Há no mundo da política e da vida social a restauração alegre da estupidez. Lá fora, "Forrest Gump", o herói idiota foi o precursor; Bush foi seu efeito, como outros hoje em dia: há o Chávez, há aquele ratinho do Irã que o Lula vai visitar... tantos. Bush se orgulhava de sua burrice. Uma vez, em Yale, ele disse: "Eu sou a prova de que os maus estudantes podem ser presidentes dos Estados Unidos da América".
E nosso Lula não se gaba de não ter lido nada? Inteligência é chato; traz angústia, com seus labirintos. Inteligência nos desampara; burrice consola.
A burrice está na raiz do populismo. Para muitos, a burrice é a moradia da verdade, como se houvesse algo de "sagrado" na ignorância dos pobres, uma sabedoria que pode desmascarar a mentira "de elite". Só os pobres de espírito verão a Deus - reza a tradição. A burrice dá mais ibope, é mais fácil de entender. A burrice é a ignorância com fome de sentido. O problema é que a burrice no poder chama-se "fascismo".
Outra saúva que nos ataca é a incompetência. Existe muito mais na chamada "esquerda" que entre os velhos "neoliberais". Os "ideológicos" vivem de ideias "puras". Nada mais chato para eles do que a realidade, apesar de falarem nela o tempo todo.
A realidade brasileira para eles é um delírio, com meia dúzia de "contradições" óbvias. Antigamente, eram latifúndio, burguesia nacional e imperialismo. Agora é a tentativa de tomar o Estado por dentro da democracia. Eles dizem que a competência é um tecnicismo que pode ser usado para mascarar "táticas demoníacas" do capitalismo.
Outro vício que nos rói é a liberdade. Sim... não a "boa", mas a liberdade como fetiche, vulgar produto de mercado. É a democracia vivida como zona: êxtases volúveis de "clubbers", celebridades saltitantes de "liberdade" dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, a vida vivida como um "reality show" esquemático, buscando ideais como bundas querendo subir na vida, próteses de silicone na alma, o sucesso sem trabalho, o marketing sexual, a troca do mérito pela fama.
A arrogância individualista das celebridades é uma das saúvas do país.
Outro vício nacional, além da esquerda e direita, é a política do espetáculo. Guy Debord ("A Sociedade do Espetáculo") cita Feurbach: "Nosso tempo prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser". Debord: "O espetáculo não quer chegar a outra coisa senão a si mesmo (...), onde o mentiroso mente a si próprio. O espetáculo é inseparável do Estado moderno". (Estão reconhecendo alguém?) No Brasil, a política do espetáculo foi descoberta por Jânio Quadros. Lula é um bom aluno.
Outro vício é o "passadismo rancoroso"; mais praticado pela "esquerda" burra, a República é tratada no passado. Vivem a nostalgia de torturas, heranças malditas, ossadas do Araguaia e nenhum projeto claro para nosso futuro. Há um passadismo regressista, regado pela vingança de fracassos coletivos e individuais, como se a vida social de hoje fosse a decadência de um passado que estaria no rumo certo. Há uma fome de marcha à ré nacionalista, terceiro-mundista, de voltar para a "taba" ou para o casebre com farinha, paçoca e violinha.
Também adoram condenar injustiças que já houve... Esse vício emprenha "coisas muito nossas", como a falta de imaginação política para o futuro, a retórica das impossibilidades, a vida pública em câmera lenta, onde a única coisa que acontece é que não acontece nada.
Mas, há mais... há mais... Temos os egoístas, os psicopatas (muito em moda...), os ladrões compulsivos, os "fracassomaníacos", temos as imensas multidões dos "babacas" (oh... serei um deles?...), comandados pelos boçais, cafajestes, oportunistas, ladrões de todas as cores.
De modo que não podemos nos contentar com a velha dualidade direita/esquerda; o mundo é muito mais vasto, oh "raimundos" e vagabundos!...
E mais: principalmente no Brasil, não podemos esquecer os batalhões que crescem a cada dia, os exércitos invencíveis: a brilhante plêiade dos FDPs.


Publicado em: 11/05/2010

terça-feira, 4 de maio de 2010


FONTE: O TEMPO




Dilma está sendo clonada


O chavismo cordial

ARNALDO JABOR
Colunista - a.j.produção@uol.com.br

Dilma Rousseff tem de ser ela mesma. Seu duro passado de militância política lhe deixou um viés de rancor e vingança justificáveis.
Ela tem todo o direito de ser uma típica "tarefeira" da VAR-Palmares, em vias de realizar o sonho de sua juventude, se eleita. Ela tende para a estatização da economia, restos de sua formação leninista; ela tem o direito de ser irritadiça, pois o país é irritante mesmo. Seus olhos fuzilam certezas sobre como consertar a pátria amada. Ela pode achar que democracia é "papo para enrolar as massas". Ela pode desconfiar dos capitalistas e empresários, ela pode viver gostosamente a volúpia do poder que conquistou, ela pode ignorar a queda do muro de Berlim, o fim da Guerra Fria. Ela pode amar o Lula, seu símbolo do operário mágico que encarnou na prática a vazia utopia do populismo "revolucionário".
Ela pode tudo, mas tem de assumir sua personalidade.
Meu Deus, como eu entendo a cabeça da Dilma, mesmo sem conhecê-la pessoalmente... Conheci muitas "dilmas" na minha juventude, quando participei da fé revolucionária de nossa geração. Para as "dilmas" e "dirceus" do passado, a democracia é uma instituição "burguesa" - (Lênin: "É verdade que a liberdade é preciosa; tão preciosa que precisa ser racionada cuidadosamente").
Ela se considera membro de uma minoria que está "por dentro" da verdade, da chamada "linha justa"; ela se julga superior - como outros e outras que conheci, inclusive eu mesmo... (oh, delícia de ser melhor que todos... oh... que dor eu senti ao perder essa certeza...). Nós éramos os fiéis de uma "fé científica", uma espécie de religião da razão praxista, que salvaria o mundo pelo puro desejo político - éramos o "sal da terra", os "sujeitos da história".
Mas só uma dor me devora o coração: Dilma está sendo "clonada". Essa frente unida do autodeslumbramento de Lula com a massa sindicalista-pelega quer transformá-la em uma "dilma" que não existe. Uma nova pessoa, um clone dela mesma. Isso é muito louco. É natural que o candidato beije criancinhas, coma buchada de bode e puxe o saco de evangélicos... tudo bem.
Mas o tratamento a que submetem a pobre da Dilma me lembra uma famosa cena de Brecht, em "Arturo Ui", em que um velho ator shakespeareano bêbado e decadente é convocado para ensinar a "Hitler" (Arturo Ui) como se comportar diante das massas, recitando o discurso de Marco Antônio em "Júlio César". É genial a cena em que, aos poucos, o "hitler" vai virando um boneco de engonço, com gestos e falas de robô quebrado.
A finalidade da faxina que marqueteiros e "pt-psicólogos" fazem na moça é esta: criar alguém que não existe e que nos engane, alguém que pareça o que não é. Afinal, que querem esconder? Querem uma re-edição "dilminha paz e amor"?
Ou querem Lula e ela em um filme tipo "Se Eu Fosse Você 3", como piou o Agamenon? Um cacófato: quem será o Duda dela? Será que foi por isso o ato falho de falar em "lobo em pele de cordeiro"? Será "lobo" ou "loba"? Além do piche no Serra, não será também uma involuntária alusão a Lula ou a ela mesma? Dilma é uma loba em pele de cordeiro?
Isso é grave. O PT não se envergonha de criar uma pessoa artificialmente fabricada em quem devemos votar? Será que seguem ainda a máxima de Lenin: "Uma mentira contada mil vezes vira uma verdade"?
Querem que ela seja uma sorridente "democrata", uma porta colorida para a invasão da manada de bolchevistas que planejam mudar o país para trás, na contramão da tendência da economia global. Eu os conheço bem... A crescente complexidade da situação mundial na economia e na política os faz desejarem um simplismo voluntarista que rima bem com o fundamentalismo islâmico ou com a boçalidade totalitária dos fascistas: "Complexidade é frescura, o negócio é radicalizar e unificar, controlar, furar a barreira do complexo com o milagre simplista" (Stalin: "A humanidade está dividida em ricos e pobres, proprietários e explorados. Subestimar essa divisão significa abstrair-se dos fatos fundamentais"; ou Lenin: "Qualquer cozinheiro devia ser capaz de governar um pais").
O espantoso nisso é que o país melhorou graças ao Plano Real e a uma série de medidas de modernização que abriram caminho para a economia mundial favorecer-nos como um dos países emergentes, e esse raro e feliz fenômeno econômico (James Carville, assessor do Clinton contra Bush: "É a economia, estúpido!") é tratado como se fosse uma política do governo atual, que só fez aumentarem despesas públicas e inventarem delírios desenvolvimentistas virtuais (Stalin: "A gratidão é uma doença de cachorros...").
O povão do Bolsa Família não pode entender isso. Muitos intelectuais entendem, mas não têm a coragem de explicitar as diferenças - o lobby da velha "boa consciência de esquerda" intimida-os. Nesta eleição, não se trata apenas de substituir um nome por outro. Não. O grave é que tramam uma mudança radical na estrutura do governo, uma mutação dentro do Estado democrático. Vamos viver um pleito pretensamente "revolucionário", a tentativa de um Gramsci vulgar (filósofo que dizia que os comunistas devem se infiltrar na democracia para mudá-la). Querem fazer um capitalismo de Estado, melhor dizendo, um "patrimonialismo de Estado". Para isso, topam tudo: calúnias, números mentirosos, alianças com a direita mais maléfica (Stalin: "Não deixamos os inimigos ter armas de fogo; por que deixar que tenham ideias?").
Não esqueçamos que o PT combateu o Plano Real até no STF, como fez com a Lei de Responsabilidade Fiscal, assim como não assinou a Constituição de 88. Esse é o PT que quer ficar na era pós-Lula. Seu lema parece ser: "Em vez de burgueses reacionários mamando na viúva, nós, do povo, nela mamaremos".
Depois desse "bonapartismo cordial" que o Lula representou até com galhardia, apropriando-se da "herança bendita" de FHC, pode haver o início de uma nova fase: o "chavismo cordial".
É isso aí, bichos...


Publicado em: 04/05/2010

domingo, 2 de maio de 2010

Hino do Galo


02/05/10 - 07h00 - Atualizado em 02/05/10 - 07h00

Manaus tem calçada com ondas como a de Copacabana, mas mais antiga

Inspiração para ambos calçamentos vem da Europa.
Piso com desenho é famoso e copiado por todo o país.
Lucas FrasãoDo Globo Amazônia, em São Paulo
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Foto: Reprodução

Largo São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, em Manaus. Foto antiga da Biblioteca Virtual do Estado do Amazonas. (Foto: Reprodução)

A Praia de Copacabana no meio da Amazônia? Pode ser esta a sensação de quem, de frente para o Teatro Amazonas, em Manaus, olhar para o chão e perceber a semelhança entre o piso do Largo São Sebastião e o conhecido calçadão na orla da praia do Rio de Janeiro. Mas qual surgiu primeiro?

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Assim como o Teatro Amazonas, a calçada de Manaus foi inspirada na arquitetura europeia. Um piso semelhante decora há séculos a Praça de D. Pedro IV, mais conhecida como Praça do Rossio, em Lisboa.

Seu desenho foi escolhido para homenagear o encontro das águas doces do Rio Tejo com o Oceano Atlântico. Hoje, moradores de Manaus gostam de dizer que o desenho de sua calçada simboliza o encontro da água escura do Rio Negro com a água barrenta que chega pelo Solimões. Os rios levam quilômetros para se misturar completamente, formando o Amazonas.

No Rio de Janeiro, a história é que a calçada de Copacana faz referência às ondas do mar. Foi a partir da capital fluminense que o piso se tornou famoso em todo o país, sendo copiado também em outras capitais. Mas o conhecido calçadão foi instalado no Rio depois de Manaus ter terminado o seu. 
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Desenho do calçadão de Copacabana, no Rio. (Foto: Fabíola Gerbase/G1)


Então capital do Brasil, o Rio recebeu sua primeira calçada com ladrilhos portugueses no início do século 20 - em 1905.

"Foi na Avenida Rio Branco, que era a principal avenida do país inteiro, com pedras trazidas direto de Portugal", explica João Baptista de Mello, professor do departamento de Geografia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). 

Ampliar FotoFoto: Agecom/AM

Calçada da praça na capital amazonense, com o Teatro Amazonas ao fundo. (Foto: Agecom/AM)

Foi no início dos anos 20, no entanto,  quando uma ressaca forte do mar destruiu o calçamento de Copacabana do Leme até o Forte, que a Avenida Atlântica foi duplicada e a famosa calçada de ondas foi feita pela primeira vez no Rio, com desenho transversal em relação à orla. Décadas mais tarde, outra reforma mudou as "ondas" da calçada para que ficassem paralelas à praia.

Em Manaus, a calçada do Largo São Sebastião foi finalizada em 1901, mas já estava planejada desde a década de 1880, quando o Teatro Amazonas, concluído em 1986, começou a ser pensado. A data que marca a finalização do piso em Manaus está numa nota de rodapé do livro "História do Monumento da Praça de São Sebastião",  de Mario Ypiranga Monteiro.